Almanach e Museu Virtual sobre o Patrimônio cultural, material e imaterial das capitais goianas

En 19/04/20 13:05 Actualizado en 25/04/20 14:32

Resumo: O ensino da história de Goiás resume-se, atualmente, a 4a e 5a séries do Ensino Fundamental quando são tratados História do Município e História do Estado, respectivamente. Os professores destas séries se vêem limitados a uma informação restrita que muitas vezes não propicia um adequado entrosamento com seus propósitos didáticos-metodológicos; outros, sequer dispõem destas parcas informações e acabam por não desenvolver os temas pertinentes ao conteúdo de Estudos Sociais. Nas séries subsequentes, a história de Goiás é completamente abandonada, não havendo a preocupação de inserção dos acontecimentos regionais no conjunto da História ensinada. No ensino médio um conteúdo fragmentado e retirado de cópias de dissertações e teses povoam o imaginário das apostilas dos cursinhos pré-vestibulares. Sem abandonar a perspectiva de que Goiás insere-se no movimento mais amplo de expansão do sistema capitalista, buscaremos as contradições daquele processo que particularizaram o processo histórico específico da região ao redimensionar seu relacionamento com o passado a partir de demandas presentes, proporemos novas maneiras de investigar as ?experiências? da sociedade goiana, não apenas em suas relações econômicas, mas nos seus modos de vida, em suas lutas diárias, nos seus hábitos, valores, formas de vestir e de morar, de comemorar, de festejar, de cantar, de transmitir suas tradições orais, de viver com elas ou de resistir às transformações também como vivência quotidiana a partir das discussões da nova história cultural. Estas são novas maneiras de ver o processo histórico de Goiás. A partir das novas concepções de ensino de história que vem sendo elaboradas desde a última década com o objetivo de trazer às propostas de ensino as contribuições mais recentes da historiografia e das modernas teorias e metodologias pedagógicas, optamos por trabalhar com conceitos temáticos, tendo como perspectiva o reordenamento do próprio processo de exposição, tentando romper com a visão cronológica e causal como fator de obtenção da totalidade. A recuperação da dinâmica do passado histórico será obtida a partir da construção do objeto de análise, construção produzida, por sua vez, a partir das questões colocadas pelo presente. Temos em mente, ainda, a compreensão de que o fazer histórico apresenta sempre inúmeras possibilidades e o sucesso de uma destas vertentes pode ter obliterado a visão das outras; consideramos, também, que as interpretações históricas podem balizar-se apenas sobre a história do ?vencedor? e neste sentido torna-se indispensável a contínua crítica historiográfica. Isso posto, acreditamos que o fazer? de um almanaque se parece com um tipo de conhecimento ?enciclopédico? destinada a todos os públicos, pois seu caráter informativo não busca aprofundar os temas nele tratados. Esse tipo de ?literatura? trata dos mais variados temas, desde científicos até humorísticos ou recreativos. Outra característica muito peculiar dos almanaques é a divisão por temas abordados, onde notamos publicações de almanaques gastronômicos, náuticos, astronômicos, etc. Devido a essas particularidades presentes nos almanaques é que sua constituição nos instiga a desenvolvê-lo em conjunto com os alunos do estágio de Licenciatura em História e com os alunos da disciplina acessória sobre História de Goiás do ensino médio oferecida ao CEPAE. Sua singularidade de poder trabalhar com a escrita, iconografia, pesquisa, fontes documentais, e ao mesmo tempo não aprofundar nesses temas, nos dá as condições para produzir um material relacionando o patrimônio em Vila Boa/Cidade de Goias e Goiânia.

Coordenadora: Profa. Dra. Cristiana de Cássia Pereira Moraes.